Vinho! – Conheça as nossas regiões vinícolas

29 Janeiro, 2019

Apesar de pequenos, podemo-nos orgulhar de ser um dos principais produtores de vinho do mundo! O segredo? A ainda viva tradição no cultivo da uva e as boas condições climáticas e geológicas. Venha connosco saber um pouco mais sobre as nossas principais regiões vinícolas…

Vinho! – Conheça as regiões vinícolas portuguesas

 

Algarve

A zona Algarvia permite, desde logo, uma proteção montanhosa contra ventos frios do Norte e uma exposição em anfiteatro virado a Sul. Assim, é conseguido um clima seco, quente, pouco ventoso e de reduzida amplitude térmica. A maior parte do vinho produzido insere-se na designação “vinho regional do Algarve”. No entanto, esta região é dividida em quatro Denominações de Origem Protegida (DOP).

  1. Lagos: produz-se vinho tinto aveludado, frutado, pouco encorpado e de tom rubi, e vinho branco suave e delicado, com uma cor entre palha e citrino;
  2. Portimão: característico pelo vinho tinto encorpado, aveludado e frutado de cor rubi, bem como pelo vinho branco de cor palha, suave e delicado;
  3. Lagoa: onde os vinhos tintos são fáceis de beber, aveludados, frutados e encorpados, de cor rubi e grande longevidade;
  4. Tavira: com vinhos tintos de características semelhantes aos já mencionados, e vinhos brancos suaves e delicados, com uma cor entre o citrino e o palha.

 

Alentejo

Caracterizado pelas suas planícies, solos muito heterogéneos (argila, granito, calcário ou xisto) e níveis de insolação elevados. Estes fatores permitem, de facto, a maturação das uvas e uma desejável acumulação dos açúcares e matérias corantes na pele da uva. Deste modo, é possível obter duas qualidades de vinho: por um lado, um vinho tinto de cor rubi, quente, equilibrado, de ligeira adstringência e aromas a frutos vermelhos, e por outro lado, um vinho branco cor de palha, encorpado, equilibrado e frutado.

 

Península de Setúbal

A Península de Setúbal apresenta uma grande variedade de vinhos devido a um clima misto com fracas amplitudes térmicas, manipulado pela proximidade do mar, e aos seus compactos e férteis solos, consequentemente, surgem dois tipos de vinho tinto:

  1. Monocastas: exibindo intensos aromas à casta, estruturados e frutados;
  2. Combinações de castas: podem encontrar-se vinhos mais ou menos estruturados, com aromas de frutos vermelhos, frutos silvestres, frutos secos e especiarias;

E três tipos distintos de vinho branco:

  1. Com predominância de Fernão Pires: geralmente com boa acidez e frutados tanto no aroma como no paladar;
  2. Maioritariamente de Moscatel: aroma exuberante à casta, com notas de frutos e flores em harmonia com o seu paladar exótico;
  3. Fermentado e/ou estagiado em meias pipas de carvalho: vinhos bem estruturados e com forte personalidade, exibindo aromas e paladares a frutos exóticos, frutos secos e flores.

 

Tejo

Com um clima temperado mediterrâneo manipulado pelo rio Tejo e protegidos pelas serras, esta região reúne condições naturais únicas para a produção de vinho. De facto, os vinhos tintos desta região possuem aromas complexos, cor rubi e um nível equilibrado de taninos e os vinhos brancos caracterizam-se pela sua cor citrina e pelo seu aroma fino e frutado, onde sobressaem as frutas tropicais e o pêssego, por vezes combinados com aromas florais.

 

Lisboa

Região caracterizada pelos solos argilo-calcários e argilo-arenosos, um clima temperado, com uma amplitude térmica reduzida e alguma humidade. Assim, os vinhos tintos resultantes desta região são leves de cor rubi e os vinhos brancos, frutados de cor citrina.

 

Beira Interior e Távora-Varosa

Estas regiões situam-se no interior do país e dispersam-se entre a zona da Beira Baixa e da Beira Alta. São, por isso, das mais montanhosas de Portugal continental o que, aliado ao seu clima agreste e aos solos graníticos e xistosos, influencia o tipo de vinho aí produzido. Deste modo:

  • os seus vinhos brancos, de cor citrina, revelam exuberância aromática e muita frescura;
  • os tintos, de cor rubi claro, possuem aromas complexos a frutos silvestres e especiarias, aliados a uma frescura e leveza marcante;
  • os vinhos espumantes são frescos, frutados e elegantes, ideais para refrescar no Verão.

 

Dão

A região apresenta algumas semelhanças com a região dos Vinhos Verdes. Quer pelo tipo de condução das videiras, predominantemente a forma de vinha alta, quer pelas características do Vinho Branco (pouco alcoólico, rico em ácido málico e bastante frutado) e do Vinho Tinto, com boa capacidade de envelhecimento.

 

Bairrada

É uma região plana e litoral, de forte influência atlântica, com chuvas abundantes e temperaturas médias suaves. Assim, estes fatores originam vinhos leves e elegantes:

  • nos tintos predominam as cores granada e rubi, sabor harmonioso e um aroma frutado, que evolui com a idade para aromas mais complexos;
  • os brancos possuem cores cítricas, sabor harmonioso, fresco e persistente, e aroma frutado quando novos, que evoluem para uma nota resinosa quando envelhecidos.

 

Douro-Porto

Esta região é altamente influenciada pelos microclimas provenientes da irregularidade dos relevos em seu redor. Como consequência, surge o Vinho do Porto caracterizado como rico, doce, de elevado teor alcoólico e aromas incomparáveis. Para além deste, produzem-se também os vinhos do Douro Branco e Tinto. O primeiro caracteriza-se por ser fino, leve, fresco e aromático, enquanto o segundo é aveludado, rico em cor e aroma, e ainda envelhece de forma nobre.

 

Trás-os-Montes

Os solos desta região são principalmente xistosos, com algumas manchas graníticas e calcárias. Só assim é possível criar tanto vinhos tintos como vinhos brancos carregados de cor, frutados, acídulos e pouco alcoólicos.

 

Minho/Vinho Verde

A partir desta região única e das suas castas nativas surge um vinho incomparável: o Vinho Verde. Este caracteriza-se por ser leve, elegante, acidulado, com forte expressão aromática e gustativa, e notas frutadas e florais. Os seus vinhos tintos têm uma cor intensa e aroma vinoso. Os brancos são mais frutados e jovens, associados a uma frescura ímpar.

 

Açores

O arquipélago dos Açores apresenta condições climáticas incertas e pouco favoráveis à plantação de vinha. Assim, apenas em três das suas nove ilhas se cultiva a vinha, sendo estas reconhecidas com Indicações de Proveniência Regulamentadas:

  1. na ilha da Terceira, IPR Biscoitos, produz-se um prestigiado vinho licoroso branco;
  2. o generoso vinho branco da ilha do Pico, IPR Pico, é bem estruturado e igualmente licoroso, possuindo porém um aroma mais complexo a especiarias;
  3. na ilha Graciosa, IPR Graciosa, é produzido um vinho branco frutado leve, seco e fresco devido às videiras também serem cultivadas em “currais”.

 

Madeira

De clima temperado húmido e solos férteis vulcânicos e basálticos, a região da Madeira (que abrange as ilhas da Madeira e de Porto Santo) apresenta encostas soalheiras viradas a Sul, assim, estas condições são ótimas para produzir tanto vinhos mais maduros, como vinhos leves e com álcool moderado. De facto, consoante as castas utilizadas, existem cinco tipos de vinho aqui produzidos:

  1. Sercial: mais seco, de cor âmbar com reflexos alaranjados, bouquet amendoado e carácter firme;
  2. Verdelho: menos seco que o anterior, de cor âmbar ou amarelo-acastanhado, com bouquet amendoado, sabor meio seco e muito equilibrado;
  3. Boal: meio doce, rico de aroma e sabor;
  4. Malvasia: muito aromático, macio e doce;
  5. Terrantez: mais raro, normalmente com características de transição entre o Verdelho e o Boal.

Em suma, de norte a sul, Portugal apresenta condições excecionais para a produção de diversos tipos de castas e, consequentemente, vinhos para todos os gostos.

 

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